segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A rejeição

De certo que toda a gente em algum momento da vida já foi rejeitada, faz parte do processo, é normal e eu até diria, saudável! Claro está que a outra face da moeda, aquela que não custa tanto, é que também nós às vezes, por qualquer motivo inexplicável dissemos que não e magoamos uma pessoa (ou várias) com esse não. Parece que é por isso que o mundo não se vira.

No entanto a rejeição é apenas um ponto de vista. É como se tivéssemos 5 anos outra vez e os nossos pais nos dissessem que não compravam aquela Barbie que é a mais que tudo. Ficamos zangadas na altura do não, irritadas sem acreditar que aquilo é possível, depois vem a parte da tristeza e dos porquês, somos mimadas, sentimos que queremos e que não temos, e no entanto esse sentimento (que parecia maior que tudo) muda assim que o nosso objecto de desejo muda. Se já não quisermos a Barbie, o que é que acontece com aquele sentimento de rejeição?! Nada, o sentimento simplesmente desaparece, já não fomos rejeitadas porque já não queremos, já nos estamos nas tintas para se a Barbie é a mais que tudo, ela já não vale nada, já não é objecto de desejo.

Talvez esta comparação não seja a mais famosa, mas o ponto de vista até é. A maneira simples de não nos sentirmos rejeitadas é simplesmente não dar importância á pessoa que nos rejeitou. Se pensarmos bem essa pessoa até tem imensos defeitos: nunca nos deu a atenção que devia, nunca deu valor a maravilhosa pessoa que somos, sempre teve outras prioridades, etc etc etc…essa pessoa até pode ser boa, mas de certeza não é um Ferrari.

Claro que este processo mental não é simples, há sempre os porquês, as perguntas que precisam de resposta para conseguirmos ultrapassar, somos mulheres, queremos perceber! Mas a verdade é que a maioria dos homens não tem resposta para nos dar, ou porque não sabe a resposta, ou porque não tem coragem de a dar, ou simplesmente porque não quer mesmo falar sobre o assunto. A realidade é que a pergunta “Porquê?” é sempre a mais difícil de responder, porque exige que os próprios pensem sobre o assunto e, se pensarmos bem, porque que é que rejeitamos X ou Y uma vez na vida? Há uns que a resposta é fácil e visível, mas há outros que foi uma coisa inexplicável, foi assim porque foi assim, não apetecia na altura, nem pensamos no que fizemos! Mas o ponto aqui é que a pergunta porquê não tem de ser respondida, quando somos rejeitadas não é importante, se a outra pessoa não quer estar connosco não é preciso um porque, não quer porque não quer, não vale a pena remexer mais nisso. Quanto mais se mexe mais dói, mais fere, mais humilha, mais faz mal, é como por os dedos na ferida constantemente! E depois disso vem as desculpas, aquelas miseráveis desculpas que arranjamos para nós mesma: “A culpa é daquela gaja que se está fazer a ele descaradamente”, “ Ele tem é medo de se envolver e gostar de mim”, “A culpa não é dele, são os amigos que não gostam de mim e o estão a influenciar”, “Ele não sabe gerir os sentimentos”, “A vida dele é mesmo muito complicada”…É ridículo aquilo que fazemos connosco mas é real, já me dei estas desculpas vezes e vezes sem conta, e elas não valem nada são totalmente inúteis!

Portanto é assim, sem medos e sem desculpas meninas, se há outra gaja nós também não pretendemos lá estar, se tem medo de se envolver, azar o dele, se não dá sequer hipótese pelo que os amigos vão dizer, e um atrasado mental que não pensa por si, se não sabe gerir sentimentos, tem de aprender e se a vida dele é muito complicada, nós também não queremos fazer parte dela! São miúdos e não sabem o que querem, tudo certo então, cresçam e desapareçam!