segunda-feira, 9 de julho de 2007

O porque de não saber dizer “não”...

Em prol de todos os mete nojo que andam ai, muitas vezes as pessoas normais (e com cabeça) questionam-se se andam erradas…Será que tenho mesmo que respirar o ar de outra pessoa para ser feliz?! Será que não vou viver até andar colada, tal gémea siamesa, a outra pessoa?! Será que vou morrer sozinha numa ilha deserta?!
Estas questões por vezes paralisam até as almas mais desprendidas de tudo, porque afinal, a vida é feita de filmes cor-de-rosa e clichés românticos, e toda gente tem de encontrar “o amor da sua vida”, “a tampa da sua panela”, “a sua alma gémea” para ser supremamente feliz!
Então temos medo, e se de facto os mete nojo tiverem razão? E se de facto não somos tão felizes quanto pensamos que somos? Questionar faz parte da vida de toda gente, e só não pensa em todas as possibilidades quem é parvo o suficiente para achar que tem sempre razão.
Esta envolvente pode tornar-se num autêntico pesadelo, um espiral depressiva de sentimentos contraditórios e comportamentos esquisitos sobre como a culpa deve e só pode ser nossa, porque se há tanto amor por ai e nos não o temos a culpa só pode ser nossa! Já vi isto acontecer mil vezes, seguido de uma busca incessante pela pessoa certa, uma jornada sem descanso em busca do príncipe encantado. Claro que notam aqui uma inversão de posições, nós é que estamos montadas no cavalo branco à procura do príncipe, dispostas a subir a torre e a matar o dragão, apenas e somente porque alguém nos fez acreditar que só somos felizes assim (os comentários a este blog são a prova irrefutável disso).
E depois disto tudo começamos a repensar posicionamentos, a aceitar o intolerável, a sermos mais “compreensivas” mesmo com pessoas que não merecem, a fechar os olhos se não nos tratam como deve ser com medo de sermos muito rígidas, muito duras e de por isso estarmos sozinhas. Isto tudo parece ridículo, mas acontece, somos influenciadas pela a maneira dos outros pensarem, agimos consoante aquilo que fica ou não bem, tememos os olhares de reprovação e não assumimos qualquer tipo de coisa sem o aval dos nossos amigos. Basta dizer que se os nossos amigos mais queridos não gostarem da pessoa com que estamos a sair, muito provavelmente o nosso cérebro começa a rejeita-la de uma forma inexplicável!
Isto é mau de assumir e pior ainda se pensarmos realmente sobre o assunto, mas nós fazemos isso aos outros e eles fazem-no a nós. É aquela velha treta do vivermos em sociedade! Uma mulher foi feita para querer estabilidade, casar e ter filhos e os homens foram feitos para fazerem o que lhes apetecer e serem considerados os supra-machos por isso. Uma visão tacanha, de facto, mas muito real.
É preciso então soltar as amarras, e dizer que “não”. Voltarmos aos nossos comportamentos dignos de mulheres fantásticas que somos, percebermos finalmente que os mete nojo são só pessoas muito felizes, óptimo para eles, boa noite e um queijo! Fazer tudo o que nos der da veneta sem medos, mandar gajos pastar porque eles não nos tratam como nos merecemos, dizermos aquilo que pensamos sem medo do que os outros vão dizer, vestirmos o que queremos sem acharmos que se calhar “esta demasiado”, estarmos com quem nos apetece com o tipo de relação que quisermos, e principalmente não dar a mínima importância a quem não tem realmente importância.
Os outros vão pensar sempre o que quiserem de nós, independentemente do que façamos, e os nossos amigos com mais ou menos censura vão estar sempre cá, portanto sejam felizes a vossa maneira, dizer que “não” só custa a primeira vez.